domingo, 11 de março de 2007

COM TEXTO - Festival Pimba


Passava ligeiramente das 11 da noite. Deu-me uma "fúria" e escrevi.

Acabou de ser transmitido, em directo, o Festival da Canção 2007. É de conhecimento geral que a participação de Portugal no grande Festival da Eurovisão tem deixado muito a desejar de há uns anos para cá – performances sem garra ou brio, sem Q(ualidade) necessários para brilhar na Gala internacional da música. Portugal tem sido facilmente eliminado na primeira volta, sem apelo nem agravo. Não convence.

A meu ver, o nosso portugalzinho acaba de eleger, como a sua “melhor” canção, uma autêntica pimbalhada, produzida, aliás, por um dos grandes pimbas portugueses, Emanuel. Pois bem, consta que a pupila encantou Portugal com os seus cabelos loiros, belas pernas e vestido aos folhos. Assim, “Dança Comigo” é a canção que representará Portugal no Festival 2007, a realizar brevemente em Helsínquia.

Deixar a escolha nas mãos do público é um risco evidente neste país. Mas dá o lucro necessário à televisão. Os tais 60 cêntimos + IVA. E dá nisto.

As canções, no geral, não eram boas, a verdade é essa. Desde uma combinação (atroz) de fado com hip hop, ao pimba (que venceu). Uma das canções, a terceira, era engraçada, “Ai pode”, um trocadinho com I pod. Tinha um ritmo e letra engraçados, mas francamente o seu lugar não era no Festival da Canção. Os melhores desempenhos foram preteridos pelo público, atingindo apenas uns lamentáveis 2º e 3º lugares.

E agora pergunto: como é que é possível? Uma mulher linda, com uma voz fantástica e provas dadas, que canta de tudo e bem, ao vivo, no programa da RTP, que ironia, Dança Comigo, foi trocada por uma canção frívola, sem o mínimo de originalidade ou qualidade musical. Falo da Teresa Radamanto, que concorreu com a canção n.º 8 “Ai de que nunca cantou”, letra de João Baião. Foi dela o melhor desempenho da noite.

Por favor, alguém me explique como, ao lado de grandes vozes como Simone de Oliveira, Paulo de Carvalho, Carlos Paião, Anabela, Dulce Pontes, podem alinhar “artistas” como esta Sabrina? É tão incongruente. Que falta de classe, minha gente!

Acho mesmo que ao Portugal dos Pequeninos se veio juntar o Portugal dos Pobrezinhos (de espírito).

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