segunda-feira, 15 de outubro de 2007

@ PORTO - Dali

Somando quilómetros, por ruas e avenidas, alcançámos o objectivo: o Palácio do Freixo, anfitrião de uma boa exposição de obras de Salvador Dali.


Não estão expostas obras como a tão famosa "Persistência da Memória". Mas para quê exigir esta ou aquela obra mais conhecida e divulgada? O interesse de uma exposição pode estar em descobrir outros trabalhos de determinado artista. Estes últimos não são menos Dali, menos curiosos ou dignos de admiração. Sairam-lhe do génio - idealizados pela mente, concebidos pelas mãos de Salvador, aquele que se arregala nas fotografias, excêntrico de bigode fino e preto.

O visitante dotado de sensibilidade não permanece indiferente quando face às esculturas fundidas em bronze, grandes em tamanho e presença, ou quando desfila perante séries de trabalhos dos mais variados estilos, encaixados em molduras feias de "meia coroa", (quando se querem inócuas).

Ter estado mais só, no espaço, com os quadros, afastada de pessoas levianas, atrevidas e insolentes, longe da desconsideração daqueles que dão pancadinhas nas peças para lhes provar a textura, teria sido muito do meu agrado, permitindo-me saborear mais intensamente a delícia dos pormenores, expandir o sorriso de puro gozo ao identificar "Dali" na assinatura.

Foi-me dito que a Dali teria agradado a insolência. Eu digo que não. Isto porque não podemos confundir a insolência barata e medíocre com a irreverência dos iluminados, génios criativos de arte, agitadores, revolucionários da Cultura.

Era já noite quando saímos do Palácio; com o espírito revigorado pela Arte, voltámos a casa. Eu: simplesmente feliz.

1 comentário:

Carolina Almeida disse...

Sim, foi fascinante ver bater com o punho fechado numa escultura que se reverencia.

Eu tentei fazer a minha pior cara para o tipo, espero que tenha percebido a ideia.

A pessoas assim faltou uns pais que lhes batessem nas mãos em tempo oportuno...