segunda-feira, 23 de julho de 2007

COM TEXTO - Impressões e Preconceitos

Orgulho e Preconceito é seguramente a obra mais lida de toda a bibliografia de Jane Austen, a célebre escritora britânica, autora de Sensibilidade e Bom Senso, Emma, Persuasão, entre outros.

Através da imprensa, o público tomou conhecimento de uma experiência levada a cabo pelo inglês David Lassman, que consistiu no envio do manuscrito do clássico de Austen às principais editoras britânicas, assinado por uma autora fictícia e sob o título original da obra – Primeiras Impressões.

Em resposta, recebeu um total de dezoito cartas confrangedoramente unânimes no veredicto: a obra em questão não seria publicada por se revelar de “pouco interesse”. Apenas uma das editoras chegou ao mísero ponto de constatar “algumas semelhanças” com a obra assinada por Jane Austen, aconselhando um contraste entre ambas.

A dita experiência tinha o propósito de denunciar o débil impacto que as “boas histórias” têm no mundo literário, sobre o qual a indústria cinematográfica parece prevalecer cada vez mais. Creio que desta situação se podem ainda retirar mais algumas inquietantes conclusões, nomeadamente no que respeita ao desempenho das editoras na apreciação das obras que lhes são propostas.

Em primeiro lugar, leva-nos a pensar que as histórias são recusadas de ânimo leve, sem serem lidas a fundo e portanto é provável que muitos projectos de qualidade de autores anónimos estejam condenados ao fundo da gaveta. Assim sendo, perdemos todos: o autor perde motivação, a editora perde potencial lucro e os leitores perdem boas horas de entretenimento.

A segunda hipótese parece indicar claramente que o responsável pelo escrutínio dos manuscritos não conhece Jane Austen, o que podia ser perfeitamente desculpável se não estivéssemos a falar de uma pessoa cujo trabalho e nacionalidade implica supostos conhecimentos literários. Parece razoável dizer que esta situação é tão absurda como uma pessoa com as mesmas incumbências em Portugal não fosse capaz de reconhecer Os Lusíadas ou Os Maias.

Indeed, a sétima arte ganha terreno sobre a letra impressa, portanto, não seria lógico pensar que os responsáveis por esta última se esforçassem um bocadinho mais? No Reino Unido talvez devessem ter cuidado com a formação académica daqueles que estudam os manuscritos. Por cá, não seria má ideia apostar em edições de bolso, como é o caso da recente iniciativa do Diário de Notícias, porque entre um livro e um par de sapatos a 20€, não restam dúvidas qual continua a ser a opção das massas.

Em colaboração com Carolina Almeida

domingo, 15 de julho de 2007

DIAS - Vive la France! Vive l'Europe!

La Liberté conduit le peuple


Delacroix

14 de Julho de 1789, mais do que a data de uma revolução (francesa), é um marco incontornável da História Europeia, ao qual remontam as origens de tantos outros acontecimentos simbólicos, cujas consequências nos atingem ainda, quanto mais não seja, o facto da Democracia se encontrar enraizada na Europa, mais do que em qualquer outro lugar do mundo.

Hoje, à data em 2007, pela primeira vez, para além de uma comemoração francesa, esta foi também uma comemoração efectivamente Europeia, já que os 27 países membros da C.E. foram convidados a assinalar em conjunto este dia. É um acontecimento inédito, tanto mais significativo dado o presente contexto de "pensar, construir, unir e reestruturar" a Europa a 27, uma tarefa na qual Portugal desempenha um papel de primeira importâncida, pois encontra-se na presidência da União.

A posição de destaque que Portugal ocupou no desfile pelos Campos Elísios é motivo de regozijo, tal como frisou o Primeiro-Ministro português, convidado de honra do seu homólogo francês para as celebrações.

Mais do que um porta-estandarte, desejo que Portugal seja o impulsionador de progressos efectivos neste audacioso projecto transnacional, e que este mandato na Presidência dê o mote para a afirmação definitiva de Portugal no panorâma europeu.



sábado, 7 de julho de 2007

PALCOS - Orquestra Metropolitana de Lisboa

Ontem, 6 de Julho, a Orquestra Metropolitana de Lisboa, conduzida pelo jovem maestro Pablo Heras Casado, apresentou-se no Teatro Angrense, dividindo o palco com a soprano Elisabete Matos.



Este foi um espectáculo inserido no programa do Festival MusicAtlântico 2007 - A voz no tempo, a decorrer nos Açores entre 28 de Junho e 9 de Julho.

De uma plateia repleta, assisti a um concerto de uma beleza estonteante, cuja harmonia, cadencia e fluidez envolveram a sala e a transportaram para mais alto.

Revigorante.

Aplaudi de pé.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

DIAS - Sobre rodas (brevemente)



"Os principais factores integrantes do sistema rodoviário são a via, o veículo e o homem"

Código de Estrada


Foto de João Pedro Borba