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A lembrança de vulcões e terramotos faz parte da herança de qualquer açoreano.
Mesmo os não nascidos à data, ou demasiado novos para se recordarem dos acontecimentos, trazem consigo, como seus, os relatos vividos daqueles que viram a Natureza das Ilhas no seu estado mais selvagem, indomável.
Camuflada por de trás de uma beleza sossegada, esconde-se uma natureza irrascivel, a violência dos terramotos, o ímpeto das erupções.
Afiançados na quietude da terra, construimos as nossas casas paredes-meias com vulcões adormecidos (extintos?). São eles os Senhores da terra que nós tomamos como nossa. Acontece que nos esquecemos deles; e com eles do medo.
Hoje completam-se cinquenta anos da grande erupção dos Capelinhos, na ilha do Faial.
A minha avó conta que daqui, da Terceira, se avistavam clarões para aqueles lados do mar, tão magníficos como tenebrosos.
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A terra treme, mostra entranhas de lava e cinza ardentes.
1 comentário:
"É que nas veias corre-me basalto negro / E na lembrança vulcões e terramotos"
Não somos também um pouco como lava, rocha, fumarolas e caldeiras?
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